quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Carta Pedagógica da Rede de Educação Cidadã- Acre


            Carta Pedagógica da Rede de Educação Cidadã- Acre
    Rio Branco (AC), Referente à Julho, Agosto e Setembro de 2012.
                                        Amigos e Amigas, nossas sinceras saudações.
"Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo";
Olga Benário
                        
     Começamos a escrever a nossa carta pedagógica entusiasmados e motivados por ocasião da mensagem que esta frase tão marcante nos traz. Essa fala muito sobre o nosso trabalho diário. Nós lutamos pelo justo, nós lutamos pelo bom e pelo melhor do mundo. Queremos transformar a nossa sociedade, sem medir esforços, partilhando os sonhos, as conquistas, as dificuldades, sabendo que esses resultados que estamos alcançando ao longo do processo de educação popular deixam muitos sorrisos marcados nos rostos de pessoas que acreditam na possibilidade de alcançarmos um país com igualdade social.
        É importante ressaltarmos aqui um momento difícil ao qual a Recid vem enfrentando. O local de nossos encontros diários, que fica na nossa entidade ancora estadual, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) foi assaltado por duas vezes seguidas. Objetos foram revirados, mas nada foi levado. Isso foi no mínimo estranho. A suspeita é de que essas invasões estejam relacionado ao apoio da entidade aos posseiros que denunciaram danos ambientais causados no Riozinho do Rola, uma área acompanhada pela referida entidade, pelo manejo de madeira de empresas. A CPT acionou o Ministério Público do Acre contra uma dessas empresas. Foi feito um documento e assinado por moradores da área do entorno da atividade madeireira.
     Foi recomendado que deixássemos o local, por alguns meses, já que houve a conclusão de que estas invasões seriam ameaças feitas por conta do trabalho exercido pela entidade. O caso foi relatado ao secretário Estadual de Justiça e Direitos Humanos. Como recomendado nos afastamos do local. Esse foi um momento muito difícil para todos nós. Fomos pegos de surpresa. Mas continuamos firmes e fortes, e fomos atrás de alternativas para conseguirmos um local provisório para continuarmos o nosso trabalho.
         A nossa luta segue, sendo assim, vamos partilhar um pouco dos elementos da conjuntura atual a qual estamos vivenciando. Estamos em pleno processo de eleições municipais. Um período meio complicado e conturbado, para os eleitores. Coube a nós orientar as pessoas, quanto o voto consciente, quanto ao nosso papel como formadores de opiniões. Demos continuidade as nossas atividades. Atividades de fundamental importância para o fortalecimento do nosso trabalho. Estivemos presentes em diferentes lugares, com pessoas que acreditam nessa metodologia de trabalho que assumimos. Tivemos o cuidado de atender as demandas que assumimos como responsabilidade para esse trimestre, zelando pela integridade de cada um/a. E assim fomos seguindo em frente.
      Uma atividade que marcou muito essa trajetória ocorreu em Tarauacá, um município que está distante 400 km da capital do estado, Rio Branco. Esta foi realizada nos dias 14 e 15 de Julho de 2012. Junto com educadores voluntários que fazem parte do movimento de Hip Hop do município de Sena Madureira, propiciamos algo novo para a juventude desse município. Uma juventude que tem muitos sonhos, mas que não têm tantas oportunidades esperadas por eles. Estes são acompanhados pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRÁS) de Tarauacá. Estas oficinas foi parte de um processo construído na primeira atividade realizada no referido município, que se deu no dia 20 de Maio de 2012. Como encaminhamentos foram sugeridas que estas oficinas fossem realizadas, tendo um cuidado todo especial para acolher bem essa juventude que deposita nessa rede a esperança de mudança. Cumprimos com o compromisso que havíamos assumido neste dia. As temáticas eram atrativas: Conhecendo o HIP Hop e o Grafite, tanto na teoria quanto na pratica. Era fácil perceber a alegria dos jovens com a nossa chegada. Essas temáticas exerceram um despertar, já que não é todo dia que aparece um momento como esse no município. Esses dois dias foram muito significativos, pois como os mesmos disseram, é preciso aproveitar e abraçar as oportunidades que nos são dadas. Percebia-se um interesse na continuidade desse trabalho com a arte por parte da juventude presente na referida oficina. São ações como estas que vão mudar a realidade das pessoas que estão sem perspectiva de vida.
     A educação popular não escolhe lugar, e pessoas. Onde há necessidade ela deve estar presente. Foi com esse intuito que chegamos até o Assentamento Boa Esperança, na Comunidade Santa Inês, localizada no KM 16, na BR 364 da estrada de Sena Madureira, no mês de Agosto. Esse foi um momento para apresentar a Recid, conhecer um pouco dos problemas existentes na referida comunidade, fazendo uma reflexão sobre as fragilidades que perpassam pela vida cotidiana destes, em busca de juntos/as encontrar saídas e/ou alguns encaminhamentos; Os moradores da comunidade percorrem uma distância longa para chegar até as outras residências, no caso eles fizeram uma longa caminhada para chegar até o local o qual aconteceu à oficina. Faça sol, faça chuva, o importante é estarmos indo onde nos chamam. E fizemos o mesmo que essas pessoas. Percorremos uma boa distância para poder chegar até a comunidade e ouvir um pouco da realidade local e também para fazer uma alerta quanto aos candidatos mal intencionados. Muitos fizeram promessas de melhoria para a comunidade, mas não apareceram para fazer cumprir a promessa e a comunidade saiu perdendo. É um papel nosso também, expor um pouco dessa conjuntura política que estamos vivenciando, principalmente nas comunidades rurais. .
    Ressaltamos aqui uma atividade de grande valor pedagógico. Estivemos na comunidade Boca do Iaco que é uma comunidade Ribeirinha que faz parte do Amazonas, mas é acompanhada pela Recid Acre, por questões geográficas. Nesta fizemos uma reflexão acerca da importância de trabalhar em grupo, já que na comunidade existe um grupo de Jovens chamado Jovens Caminhando com Cristo- JCC. Foi um momento de troca de saberes, pois ouvimos um pouco do trabalho que é desenvolvido nesse grupo, e com certeza levamos um pouco de cada conquista, desafio, que perpassam por todo o cotidiano dessa comunidade. É um trabalho que está dando certo, tendo em vista que alguns jovens até participaram de intermunicipais, mostrando que juntos/as somos mais.
     Continuamos planejando e acompanhando as oficinas junto aos educadores/as voluntários/as em diferentes bases, e em diferentes contextos. Isso deu um impulso para que os grupos avancem ainda mais.
      Acompanhamos os coletivos municipais, na tentativa de propiciar uma formação mais qualificada aos educadores/as que estão na ponta, os que fazem o trabalho acontecer nos municípios. Nestes foram discutidos questões políticas, sociais, culturais e econômicas, direcionadas ao município onde estava sendo realizado o coletivo.
     Nesta perspectiva tivemos os intermunicipais, que possibilitaram resultados positivos para o que se havia proposto. Ressaltamos o 1º Encontro Intermunicipal dos Trabalhadores/as Rurais do Acre; Com o tema: Avançar nas ações por um Acre com desenvolvimento sustentável. Realizado nos dias 06 a 08 de Julho de 2012 em Rio Branco. Foi um momento único para A Recid Acre. Ver homens e mulheres, engajados na discussão que faz parte da vida cotidiana de quem vive na floresta. Isto significa muito para cada um/a de nós. Revela que estamos dando voz, vez e lugar a todos os segmentos que trabalhamos. E esse encontro trouxe muitos resultados, destacando aqui o compromisso desse homem e dessa mulher do campo, a preservar seu modo de vida. Estes saíram fortalecidos/as e convencidos/as de que podemos muito mais, se cada pessoa assumir o compromisso com essa causa.
      Mais um sonho se tornou realidade, o I Intermunicipal Específico para a Juventude. Um sonho que só veio a acontecer pelo esforço de todos/as. Com o tema: A juventude e a luta social: História, avanços, desafios e perspectivas. Realizado nos dias 31 de agosto, 01 e 02 de Setembro de 2012. Este foi um dos momentos mais lindos presenciamos durante este trimestre. Ver toda essa juventude reunida partilhando os sonhos, as fragilidades, os avanços e as perspectivas de alcançar dias melhores. A participação deles foi de fundamental importância para chegarmos aos resultados que se esperavam. A análise de conjuntura deixou a todos/as encantados/as, pois foi uma exposição brilhante feita por um excelente profissional, o professor Marcos Afonso, que é uma pessoa que vem contribuindo com os nossos momentos de formação. Tivemos momentos muito significativos nesse intermunicipal. Conseguimos proporcionar momentos de reflexão para os jovens a cerca do trabalho que vem sendo realizado com estes em suas respectivas bases. Chegaram a conclusão de que realmente essa juventude é protagonista nos processos desencadeados nos processos da Recid. Isso ajuda muito no fortalecimento das praticas juvenis e também na pratica de outros grupos que acreditam muito nesse trabalho que está sendo realizado e querem somar aos seus trabalhos as experiências de cada jovem. Queremos reafirmar que essa é uma das bandeiras de luta que assumimos.
     É valido destacar a participação da rede no movimento de ecosol no qual participamos de todos os processos de formação, inclusive fazemos parte do conselho municipal de economia solidaria e do fórum executivo nesta perspectiva fomos convidados/as a participar das plenárias municipais e estaduais de economia solidaria com o tema: “Economia Solidária: bem viver, cooperação e autogestão para um desenvolvimento justo e sustentável”, a ser desenvolvido de modo articular e integrar as políticas de Economia Solidária e suas diretrizes no âmbito dos municípios, regional e estadual, por meio de eixos temáticos, de forma a orientar as discussões em todas as etapas. Onde a rede garante vaga para V plenária nacional.

     Nesse meio tempo reforçamos as nossas parcerias. Foram realizadas conversas com entidades parceiras. Tivemos o apoio do Centro de Economia Solidária (CONTES), que nos cedeu o seu espaço para nossas reuniões diárias. Estamos em processo de articulação com outras entidades, já que estaremos recendo o Macro Norte em nosso Estado. Lembrando que paralelo a essa atividade estará acontecendo o Fórum Social PanAmazonico, que será realizado em Cobija Pando Bolívia. É de fundamental importância conquistarmos espaços dentro dessa organização local. E estamos correndo atrás disso. Tivemos um momento para conversar com representantes da Herência, uma entidade que já é parceira, e que tem uma participação importante em nossas atividades. Essa conversa aconteceu no mês de Outubro. A entidade ancora estadual também está envolvida nessa luta.
      Estamos na reta final de cumprir a meta do Estado. Foram tantos os momentos vivenciados. São atividades que mostram resultados que nos fazem acreditar que um novo país é possível. São reflexões que nos ajudam a melhorar as ações desenvolvidas. Nossos objetivos foram cumpridos, mas temos a certeza de que muito ainda precisa ser feito. Precisamos chegar a outros lugares longínquos. Todas essas conquistas nos faz acreditar que nós podemos ir além. Acreditar no/a outro/a é uma de nossas missões. Cada um/a que dá sentido a essa rede tem uma contribuição enorme para termos chegado aos resultados que mencionamos aqui. Lutar sempre, desistir jamais!
                                      Equipe Recid Acre

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

VI FÓRUM SOCIAL PANAMAZÔNICO


VI FÓRUM SOCIAL PANAMAZÔNICO
COBIJA, BOLÍVIA
28 novembro - 1 dezembro 2012

O mundo, cada vez mais injusto, consumista e que a desigualdade é a manifestação de uma crise de civilização vasta (económica, financeira, cultural e ambiental). Hajam novas formas de produção, consumo do governo, e da convivência entre pessoas, entre pessoas e novas formas de viver com a natureza. Enfrentar esses desafios só será possível com a unidade das forças sociais que buscam práticas e mudança estrutural em direção a uma nova maneira de viver.
A humanidade virou o olhar para a Amazônia a reconhecer o seu papel na vida do planeta. Além de uma biodiversidade monumental, sua capacidade de capturar carbono e sua contribuição para o ciclo da água, também abrange uma rica cultura de comunidades indígenas e camponesas. Mas a Amazon também atrai o capital especulativo e extrativistas visto como recurso inesgotável.
A Amazônia é uma fase da vida de seus povos em harmonia com a natureza e uma rica herança cultural, mas também um palco de apresentação do seu povo e da violação dos seus direitos. Com o poder das aldeias da Amazônia também será um cenário de resposta.

 "Para a unidade dos povos da Amazônia para transformar o mundo"

O sexto Social Pan-Amazônico Fórum será dividido em quatro temas:

1. Colonialismo e neo-desenvolvimentismo extrativismo
2. Impacto da crise global sobre a Pan-Amazônia: caminhos e alternativas
3. Defesa e cheio exercício dos direitos na Pan-Amazônia
4. Arte, cultura, educação, comunicação social e luta no Pan-Amazônia.


TEMA I: colonialismo, neo-extrativismo e desenvolvimentismo

MESAS TEMÁTICAS:

·         Modelos de desenvolvimento e capitalismo verde no Pan
·         Megaprojetos e seus impactos sobre a vida dos povos da Pan
·         As alterações climáticas ea exploração da biodiversidade no Pan
·         Relação geopolítica nas regiões de fronteira no Pan

TEMA II: IMPACTOS DA CRISE GLOBAL EM Pan-a: ESTRADAS E ALTERNATIVAS
MESAS TEMÁTICAS

·         Multiculturalismo e Viver Bem
·         Integração e desintegração no Pan
·         Lutas anticapitalistas e de justiça social e ambiental
·         De Ciência e Tecnologia comunidades indígenas e tradicionais

TEMA III: Defesa e pleno exercício dos direitos na Panamazônia

MESAS TEMÁTICAS

·         Formas de resistência e criminalização das lutas sociais
·         Fortalecimento e ampliação dos direitos humanos e da natureza no Pan
·         Lutar por autonomia, território e auto-determinação
·         O direito à cidade no Pan

TEMA IV: arte, luta cultura, comunicação, educação e social no Pan

MESAS TEMÁTICAS

·         Diversidade e Identidade Cultural na Pan-
·         As crianças e os jovens como agentes de uma nova sociedade
·         Educação Popular
·         Comunicação democrática e popular
    
    OBS: maiores informações no blog :www.vifspaamazonico.blogspot.com