terça-feira, 9 de julho de 2013

        É muito gostoso esse nosso aconchego







     Nos dias 05 a 07 de julho de 2013, aconteceu nosso   Intermunicipal da Alto Acre. Em ritmo de alegria e  compromisso, acolhemos os participantes e as participantes que com disposição responderam ao convite. O encontro buscou aprofundar  a cerca do tema  Educação popular, Direitos humanos e os refugiados na fronteira. Tudo aconteceu no município de Brasiléia-Acre, no Salão paroquial da paróquia Nossa Senhora das Dores e uma visita ao abrigo onde estão os haitianos e haitianas. 

            O objetivo do Intermunicipal foi  Compreender o processo histórico da vinda dos Haitianos ao Brasil, destacando a atual situação dos mesmo que se encontram no Acre e também  visando ampliar o exercício da cidadania na pratica da educação popular. Os participantes tiveram a oportunidade de fazer o exercício de compreensão ao escutar o Secretário do Desenvolvimento do Estado do Acre, Antônio Torres, que informou sobre a constante chegada dos Haitianos no Brasil, especificamente em Brasiléia-Acre,  a vinda dos mesmo se deu na busca de esperança de uma vida melhor, “uma vida supostamente mais organizada e acolhedora’, ou seja, esses fatores importantes que por muitas vezes não são encontrados em seu país de origem, essas questões os levaram a encontra em Brasiléia-Ac, o que não tinham em seu país de origem, fazendo  com que eles, os  haitianos, chegassem ao Acre em enorme proporção. Os haitianos que chegaram no  Brasil, traziam e trazem o sonho  de melhor condição financeira, a fim de  ajudarem seus familiares que ficaram em sua pátria. Antônio Torres ressalta que no Haiti, segundo algumas informações, existe uma certa  instabilidade no governo daquele lugar, e que em poucos anos,  muitos governos desistiram de seus cargos, que há um rompimento do tecido social e algumas desorganizações sociais, devastação ambiental, 80% da população daquele lugar está abaixo da linha de pobreza, a situação socioeconômica é caótica, e é um lugar de grandes quantidades de terras e de  lugares bonitos, porém todos tem donos, a maioria das terras tem proprietários, então, em meios tantas outros fatores, inclusive os que foram citados acima, podem ter causado a saída dos haitianos e haitianas de sua pátria, que além do Acre, também  buscaram entrar em outros lugares, porém passaram por maus tratados, tendo  seus pertences  e dinheiros roubados, e outros, foram  também supostamente traficados ao fazer sua passagem em  outros países, isso,  antes mesmo chegar Brasil. Além das informações fornecidas pelo secretário Torres, contamos também com  a participação de Francisca Mirtes Lima, que veio representando a
Secretaria de Direitos humanos do estado do Acre, e que também acompanha o processo dos Haitianos. Mirtes diz que eles são acolhedores, tem facilidade de aprendizagem, são curiosos, e buscam está constantemente informados. Ela e o secretário Antônio Torres,  ressaltaram que os haitianos são amparados por direito. E que existe  um tratado Signatário  internacional,  pois o Brasil “é signatário dos principais tratados internacionais de direitos humanos e é parte na Convenção das Nações Unidas de 1951 sobre o Estatuto dos Refugiados e no seu Protocolo de 1967, O país promulgou, em julho de 1997, a sua lei de refúgio nº 9.474/97, contemplando os principais instrumentos regionais e internacionais sobre o tema”. Sendo que desta forma, o Brasil "se torna convidado a proporcionar abertura a outros países".
          
Na  continuidade do tema direitos humanos, Aldeídes Moura, nos levou a refletir sobre nossos direitos, de conhecer e  de saber sobre os direitos humanos, da importância de aprofundarmos a  busca de nossos direitos humanos e termos  propriedade sobre o assunto. Caso contrário passaremos por humilhações, é preciso além de saber, conhecer ...
      Em meio ao encontro, fomos visitar o abrigo onde estão os haitianos, cada pessoa que ali chegou, teve a oportunidade de conviver, ainda que o mínimo de convivência, com  homens,  mulheres e crianças haitianos, que ali estão
provisoriamente, pois   de acordo com informações fornecidas, os homens aguardam as empresas que vão até o local a fim contrata-los (os haitianos)  para trabalhar em vários estados do país, neste processo, muitos são contratados para trabalhar em abatedouros e serviços de construção civil, sendo que há uma grande desistência da maioria que vai para o trabalho de construção Civil, gerando assim um problema, fazendo com que   donos das empresas fiquem insatisfeitos e um pouco resistente ao contratar o serviços dos mesmos; a busca por trabalhadores  masculino é preferencial,  pois as mulheres não responde ao perfil dos trabalhos oferecido, os homens vão para outro estado através das empresas que contratam e quando se organizam, mandam buscar a família que ali ficou. As mulheres  ficam naquele lugar de forma “ociosa”, embora saibam fazer trabalhos manuais, cuidar de cabelos, trançar e fazer apliques de cabelos.  Porém ainda não desenvolveram um trabalho que traga um retorno.
      Os educadores e educadoras, tiveram a oportunidade de conviver em curto espaço de tempo com os haitianos e haitianas,
e esse pequeno momento trouxe muitos sentimentos no grupo, a vontade de ajudar em algo, e alguns dos  jovens educadores, pensam em sair nas escolas de de Brasiléia, forma organizada e planejada,  falando da questão, na busca de  sensibilizar a população estudantil. Diante de todo sentimento, outros sonhos estão sendo gestado,  quem sabe oficinas de aulas de Português (básico), trabalhos artesanais, filmes falando sobre o nosso país, quais os desafios a serem enfrentados em cada estado, em fim informa-los, para que saiam com esperança, porém consciente da escolha que estão fazendo. Ficou em cada educador, cada educadora uma inquietação e acima de tudo, uma vontade de fazer algo, por enquanto será pensado, planejado e organizado um dos sonhos explicitado, porém em parceria com grupos e secretária, que assim como os educadores vão aos pouco  buscando saídas.

Um comentário:

  1. Vera Lucia L. Barreto12 de julho de 2013 às 12:51

    Educad0res/es, coletivo como um todo, Parabéns pela atividade - penso que este encontro intermunicipal que traz a reflexão em torno da imigração haitiana, uma possiblidade para que vocês conheçam de perto a situação em que este povo se encontra no Acre e o que o governo vem realizando para contornar a situação é valioso. Uma oportunidade para ampliar a parceria entre governo do Acre e Recid Acre. Valeu pessoal! Acredito que também ofereceram um pouco de alegria a esse povo.

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